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Estilos de apego – Tipos e características de cada um

A Teoria do Apego sugere que existem 4 estilos de apego, saiba quais são e como influenciam o comportamento.

Estilos de Apego – Tipos e Características de Cada Um

Os estilos de apego são caracterizados por diferentes maneiras de interagir e se comportar nos relacionamentos. Durante a primeira infância (até os 3 anos), esses estilos de apego estão centrados em como as crianças e os pais interagem.

Na idade adulta, os estilos de apego são usados para descrever padrões de apego em relacionamentos românticos. O conceito de estilos de apego surgiu da teoria e pesquisa de apego que surgiram ao longo dos anos 1960 e 1970. Hoje, os psicólogos normalmente reconhecem quatro estilos principais de apego.

O que é apego?

O apego é uma característica de relacionamentos emocionais que envolve uma troca de conforto, cuidado e prazer. As raízes da pesquisa sobre o apego começaram com as teorias de Freud sobre o amor, mas outro pesquisador geralmente é creditado como o pai da teoria do apego.

John Bowlby dedicou uma extensa pesquisa ao conceito de apego, descrevendo-o como uma "conexão psicológica duradoura entre os seres humanos".

Bowlby compartilhou a visão psicanalítica de que as primeiras experiências na infância são importantes para influenciar o desenvolvimento e o comportamento mais tarde na vida.

Nossos primeiros estilos de apego são estabelecidos na infância por meio do relacionamento bebê/cuidador. Além disso, Bowlby acreditava que o apego tinha um componente evolutivo, ajudando na sobrevivência. "A propensão a criar fortes vínculos emocionais com indivíduos particulares é um componente básico da natureza humana", explicou.

Características do apego

Bowlby acreditava que existem quatro características distintivas de apego:

  • Manutenção de proximidade - O desejo de estar perto das pessoas a quem nos apegamos;
  • Porto seguro - Retornar à figura de apego para conforto e segurança diante de um medo ou ameaça;
  • Base segura - A figura de apego atua como uma base de segurança a partir da qual a criança pode explorar o ambiente ao seu redor;
  • Angústia de separação - Ansiedade que ocorre na ausência da figura de apego.

Bowlby também fez três proposições chave sobre a teoria do apego. Primeiro, ele sugeriu que quando as crianças são criadas com confiança de que seu principal cuidador estará disponível para elas, elas são menos propensas a sentirem medo do que aquelas que são criadas sem tal convicção.

Em segundo lugar, ele acreditava que essa confiança é forjada durante um período crítico de desenvolvimento, durante os anos da infância e adolescência. As expectativas que se formam durante esse período tendem a permanecer relativamente inalteradas pelo resto da vida da pessoa.

Finalmente, ele sugeriu que essas expectativas estão diretamente ligadas à experiência. Em outras palavras, as crianças desenvolvem expectativas de que seus cuidadores serão responsivos às suas necessidades porque, em sua experiência, seus cuidadores foram responsivos no passado.

A situação estranha de Ainsworth

Durante a década de 1970, a psicóloga Mary Ainsworth expandiu ainda mais o trabalho inovador de Bowlby com seu agora famoso estudo "Situação Estranha".

O estudo envolveu observar crianças com idades entre 12 e 18 meses respondendo a uma situação em que foram brevemente deixadas sozinhas e depois reunidas com a mãe. A Avaliação de Situação Estranha de Ainsworth seguiu esta sequência básica:

1 – Mãe e filho estão sozinhos em uma sala;

2 – A criança explora o ambiente sob a supervisão materna;

3 – Um desconhecido entra na sala, fala com a mãe e se aproxima da criança;

4 – A mãe sai da sala em silêncio;

5 – A mãe retorna e conforta a criança.

Com base nessas observações, Ainsworth concluiu que havia três estilos principais de apego: apego seguro, apego ambivalente e apego evitante.

Os pesquisadores Main e Solomon adicionaram um quarto estilo de apego conhecido como apego desorganizado. Numerosos estudos apoiaram as conclusões de Ainsworth e pesquisas adicionais revelaram que esses estilos de apego iniciais podem ajudar a prever comportamentos mais tarde na vida.

Apego ao longo da vida

Antes de começar a culpar seus pais pelos seus problemas de relacionamento, é importante notar que os estilos de apego formados durante a primeira infância não são necessariamente idênticos aos demonstrados nos apegos românticos adultos. Muito tempo se passou entre a infância e a idade adulta, de modo que as experiências intermediárias também desempenham um grande papel nos estilos de apego adulto.

Aqueles descritos como ambivalentes ou evitantes durante a infância podem se tornar apegados com segurança quando adultos, enquanto aqueles com apego seguro na infância podem apresentar padrões de apego inseguros na idade adulta. Pensa-se também que o temperamento desempenha um papel parcial no apego.

Então, que papel podem desempenhar fatores como divórcio ou discórdia parental na formação de estilos de apego? Em um estudo, pesquisadores descobriram que o divórcio dos pais parecia não ter relação com o estilo de apego.

Em vez disso, a pesquisa indicou que o melhor preditor do estilo de apego adulto foram as percepções que as pessoas têm sobre a qualidade de seus relacionamentos com seus pais, bem como o relacionamento de seus pais entre si.

Mas pesquisas nessa área indicam que os padrões estabelecidos na infância têm um impacto importante nos relacionamentos posteriores. Os pesquisadores também encontraram crenças variadas sobre relacionamentos entre adultos com diferentes estilos de apego.

Adultos com apego seguro tendem a acreditar que o amor romântico é duradouro. Adultos com apego ambivalente relatam se apaixonar com frequência, enquanto aqueles com estilos de apego evitantes descrevem o amor como raro e temporário.

Embora não possamos dizer que os estilos de apego infantis sejam idênticos ao apego romântico adulto, pesquisas mostraram que os primeiros estilos de apego podem ajudar a prever padrões de comportamento na idade adulta.

Características do apego seguro

As crianças com apego seguro geralmente ficam visivelmente chateadas quando seus pais saem e ficam felizes quando eles voltam. Quando assustadas, essas crianças buscarão conforto dos pais ou cuidadores.

O contato iniciado por um dos pais é prontamente aceito por crianças com apego seguro e elas saúdam o retorno de um dos pais com um comportamento positivo. Embora essas crianças possam ser consoladas até certo ponto por outras pessoas na ausência de um dos responsáveis, elas claramente preferem os pais a estranhos.

Pais de crianças com apego seguro tendem a brincar mais com seus filhos. Além disso, esses pais reagem mais rapidamente às necessidades de seus filhos e geralmente são mais responsivos a seus filhos do que os pais de crianças com outros tipos de apego.

Estudos mostraram que crianças com apego seguro são mais empáticas durante os estágios posteriores da infância. Essas crianças também são descritas como menos perturbadoras, menos agressivas e mais maduras do que crianças com estilos de apego ambivalentes ou evitantes.

Resumindo, características de pessoas com apego seguro durante a infância incluem:

  • Procuram o conforto dos pais quando assustadas;
  • Celebram o retorno dos pais com emoções positivas;
  • Preferem os pais a estranhos.

As características desse tipo de apego durante a vida adulta incluem:

  • Relacionamentos confiáveis e duradouros;
  • Boa autoestima;
  • Compartilham sentimentos com parceiros e amigos;
  • Buscam apoio social.

Embora formar um vínculo seguro com os cuidadores seja normal e esperado, como observado por alguns pesquisadores, isso nem sempre acontece. Os pesquisadores descobriram vários fatores diferentes que contribuem para o desenvolvimento (ou falta dele) do apego seguro, particularmente a capacidade de resposta da mãe às necessidades do bebê durante o primeiro ano de vida da criança.

Mães que respondem de forma inconsistente ou que interferem nas atividades da criança tendem a produzir bebês que exploram menos, choram mais e são mais ansiosos. Mães que consistentemente rejeitam ou ignoram as necessidades de seus bebês tendem a produzir filhos que tentam evitar o contato.

Como adultos, aqueles que são apegados com segurança tendem a ter relacionamentos de confiança e de longo prazo. Outras características chave de indivíduos com apego seguro incluem ter alta autoestima, desfrutar de relacionamentos íntimos, buscar apoio social e capacidade de compartilhar sentimentos com outras pessoas.

Em um estudo, os pesquisadores descobriram que as mulheres com um estilo de apego seguro tinham sentimentos mais positivos sobre seus relacionamentos românticos adultos do que outras mulheres com estilos de apego inseguros.

Quantas pessoas se classificam como seguramente apegadas? Em um estudo, 56% dos entrevistados se identificaram como seguros, enquanto 25% se identificaram como evasivos e 19% como ambivalentes/ansiosos.

Características do apego ambivalente

Crianças com apego ambivalente tendem a ser extremamente desconfiadas de estranhos. Essas crianças apresentam uma angústia considerável quando separadas de um dos pais, mas não parecem tranquilizadas ou confortadas pelo retorno deles. Em alguns casos, a criança pode rejeitar passivamente o(a) responsável, recusando conforto, ou pode mostrar abertamente agressão direta a ele(a).

Em uma revisão da literatura de apego ambivalente, pesquisadores também descobriram que o apego ambivalente está consistentemente associado à baixa disponibilidade materna. À medida que essas crianças crescem, os professores muitas vezes as descrevem como pegajosas e excessivamente dependentes.

Durante a infância, pessoas com apego ambivalente:

  • Podem ser cautelosas com estranhos;
  • Ficam muito angustiadas quando os pais vão embora;
  • Não parecem confortadas quando os pais voltam.

Durante a vida adulta:

  • Relutam em se aproximarem dos outros;
  • Se preocupam em não serem amadas pelos parceiros;
  • Ficam muito abaladas quando um relacionamento termina.

Quando adultas, pessoas com um estilo de apego ambivalente muitas vezes se sentem relutantes em se aproximar dos outros e se preocupam que seu parceiro não corresponda aos seus sentimentos. Isso leva a rompimentos frequentes, muitas vezes porque o relacionamento parece frio e distante.

Esses indivíduos se sentem especialmente perturbados após o fim de um relacionamento. Outro padrão patológico observado em adultos assim é o apego a crianças pequenas como fonte de segurança.

Características do apego evitante

Crianças com estilos de apego evitantes tendem a evitar pais e cuidadores. Essa esquiva geralmente se torna especialmente pronunciada após um período de ausência.

Essas crianças podem não rejeitar a atenção de um dos pais, mas também não buscam conforto ou contato. As crianças com apego evitante não mostram preferência entre um dos pais e um completo estranho.

Quando crianças, pessoas com esse estilo de apego:

  • Podem se esquivar dos pais;
  • Não buscam muito contato ou conforto dos pais;
  • Mostram pouca ou nenhuma preferência pelos pais em relação a desconhecidos.

Na vida adulta, essas pessoas:

  • Podem ter dificuldade com intimidade;
  • Envolvem poucas emoções em seus relacionamentos sociais e românticos;
  • Não desejam ou não conseguem compartilhar pensamentos ou sentimentos com os outros.

Quando adultos, aqueles com apego evitante tendem a ter dificuldade com intimidade e relacionamentos próximos. Esses indivíduos não colocam muita emoção nos relacionamentos e experimentam pouca angústia quando um relacionamento termina.

Eles geralmente evitam a intimidade usando desculpas (como longas horas de trabalho) ou podem fantasiar com outras pessoas durante o sexo. A pesquisa também mostrou que os adultos com um estilo de apego evitante são mais receptivos e propensos a se envolverem em sexo casual.

Outras características comuns incluem a incapacidade de apoiar os parceiros durante momentos estressantes e a incapacidade de compartilhar sentimentos, pensamentos e emoções com os parceiros.

Características do apego desorganizado

As crianças com um estilo de apego desorganizado mostram uma falta de comportamento claro de apego. Suas ações e respostas aos cuidadores geralmente são uma mistura de comportamentos, incluindo evitação ou resistência.

Essas crianças são descritas como exibindo um comportamento confuso, às vezes parecendo atordoadas ou apreensivas na presença de um cuidador.

Com 1 ano de idade essas crianças:

  • Mostram um comportamento que combina evasão e resistência;
  • Podem parecer confusas, atordoadas ou apreensivas.

Aos 6 anos de idade:

  • Podem assumir um papel parental;
  • Algumas crianças podem agir como cuidadoras dos pais.

Alguns pesquisadores propuseram que o comportamento inconsistente por parte dos pais pode ser um fator que contribui para esse estilo de apego.

Em outros estudos, argumentou-se que os pais que agem como figuras de medo e segurança para uma criança contribuem para um estilo de apego desorganizado. Como a criança se sente ao mesmo tempo confortada e assustada pelos pais, o resultado é um sentimento de confusão.

João Vitor Gomes dos Santos
João Vitor Gomes dos Santos

Engenheiro Mecânico, através da convivência na universidade se conscientizou da importância do bem-estar mental. Para promover e acessibilizar os cuidados com a mente, cofundou a PsyMeet. Convencido da importância da saúde mental para uma vida feliz, está sempre lendo, assistindo e ouvindo sobre o tema. Instagram @dosantosjv

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