Conheça os principais efeitos do estresse sobre o corpo
Viver sob constante estresse traz riscos ao seu organismo, entenda quais são eles
09.11.2021 | João Vitor Santos
O estresse é uma reação biológica natural às experiências da vida. Todo mundo sente estresse em diferentes medidas ao longo do tempo.
Eventos rotineiros como as responsabilidades de casa, do trabalho ou da escola podem provocar estresse leve ou moderado; já situações mais sérias e traumáticas, como a perda de uma pessoa amada ou divórcio, trazem consigo períodos de intenso estresse.
Embora a visão predominante sobre o estresse seja ruim, ele na verdade é uma ferramenta que o corpo usa para melhorar sua resposta a situações de potencial perigo. Quando sob efeito do estresse, seu corpo libera hormônios que aumentam a frequência cardíaca e pressão sanguínea e que deixam os músculos prontos para reagir.
Isso porém, é uma resposta de curta duração, liberada especificamente em situações intensas. Nosso corpo não foi feito para estar sob efeito do estresse durante longos períodos de tempo – quando isso acontece, nossa saúde paga o preço. Alguns dos sintomas que surgem disso incluem:
Sistema nervoso central e sistema endócrino
O sistema nervoso central é o responsável pela reação de lutar ou fugir – ou reação de estresse agudo.
O processo todo começa no hipotálamo (localizado na base do cérebro), que envia um comando às glândulas adrenais (que ficam nos rins) para que liberem os hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol. Esses hormônios aceleram o coração e direcionam o sangue às áreas mais necessárias em uma emergência, como os músculos, inclusive o próprio coração, e outros órgãos importantes.
Quando a ameaça imediata acaba, o hipotálamo deve encerrar a reação de estresse agudo, fazendo os sistemas voltarem à operação normal. Se o sistema nervoso central não volta ao normal ou se a tal ameaça não vai embora, o processo continua.
Sistema respiratório e cardiovascular
Os hormônios do estresse também afetam os sistemas respiratório e cardiovascular. Durante a resposta ao estresse, a respiração fica mais acelerada. Se há um problema respiratório preexistente como asma ou bronquite, o estresse pode tornar a respiração ainda mais difícil.
Como dito anteriormente, o corpo se esforça para levar sangue rico em oxigênio para os músculos, isso é feito pela respiração acelerada e por uma constrição nos vasos sanguíneos, que faz o sangue escoar mais rápido, mas também aumenta a pressão sanguínea.
Uma pressão sanguínea mais alta significa que o coração está fazendo esforço extra, isso é perigoso no longo prazo pois aumenta as chances de um ataque cardíaco. A pressão alta também aumenta o risco de derrame.
Sistema digestivo
Outra parte da resposta ao estresse é a produção de glicose extra, controlada pelo fígado. Quando o estresse é crônico, o corpo pode não ser capaz de lidar com tamanha carga de glicose, o que leva à diabete tipo 2.
Embora não cause úlceras diretamente, o estresse pode aumentar as chances de que elas apareçam e agravar as que já existem. Além disso, a respiração acelerada e o ritmo cardíaco intenso podem causar desconforto estomacal e refluxo gastresofágico.
Sistema muscular
Em uma situação estressante, os músculos se contraem para proteger-nos de danos; quando a ameaça desaparece, eles tendem a relaxar. Quando o estresse é constante, porém, esse relaxamento nunca vem.
A tensão constante pode provocar dor nas costas, nos ombros, na cabeça e em outras partes do corpo. Isso é perigoso pois desencoraja a pessoa a fazer exercícios físicos além de torná-la dependente de analgésicos.
Sexualidade e sistema reprodutivo
O estresse é exaustivo para o corpo e mente. A perda da libido não é incomum quando a pessoa está sob constante estresse. Apesar de a testosterona também ser produzida em situações de estresse, isso é válido somente no curto prazo.
Se o estresse persiste por muito tempo, os níveis do hormônio começam a cair. Isso pode gerar problemas como a disfunção erétil e deficiências na produção de esperma. As chances de infecção na próstata e testículos também são maiores quando se tem estresse crônico.
Nas mulheres, o principal efeito é a desregulação do ciclo menstrual, com menstruações mais irregulares, intensas ou dolorosas. O estresse crônico também pode intensificar os sintomas da menopausa.
Sistema imunológico
O estresse estimula o sistema imunológico, o que é benéfico em situações mais imediatas. Esse estímulo ajuda a evitar infecções e ajuda a curar lesões mais rápido.
Com o passar do tempo, porém, os hormônios do estresse podem enfraquecer o sistema imunológico e prejudicar a resistência do organismo contra corpos invasores. Pessoas com estresse crônico são mais vulneráveis a doenças virais como a gripe. O estresse também pode aumentar o tempo necessário para recuperação de uma doença ou lesão.