8 Fatos Curiosos Sobre o Cérebro

Veja aqui os fatos por trás de alguns dos muitos mitos e equívocos relacionados ao cérebro humano

27.08.2023 | João Vitor Santos

Enquanto os pesquisadores ainda estão descobrindo os segredos de como o cérebro funciona, eles descobriram muitas informações sobre o que se passa dentro de sua cabeça. Infelizmente, ainda há muitos mal-entendidos sobre o cérebro.

Nós não usamos apenas 10% de nossos cérebros

Você já ouviu falar que usamos apenas 10% do nosso cérebro? É uma estatística muito citada, mas a repetição constante não a torna precisa. As pessoas costumam usar essa estatística imprecisa para sugerir que a mente é capaz de coisas muito maiores, como inteligência dramaticamente aumentada, habilidades psíquicas ou mesmo telecinesia.

Se o número de 10% fosse verdadeiro, danos cerebrais seriam muito menos prováveis - afinal, só teríamos que nos preocupar com aqueles minúsculos 10% de nossos cérebros sendo feridos.

O fato é que danos até mesmo em uma pequena área do cérebro podem resultar em consequências profundas tanto para a cognição quanto para o funcionamento. As tecnologias de imagem cerebral também demonstraram que todo o cérebro mostra níveis de atividade, mesmo durante o sono.

Danos cerebrais nem sempre são permanentes

O cérebro é frágil e pode ser danificado por coisas como lesões, derrames ou doenças. Esse dano pode resultar em uma série de consequências, desde interrupções leves nas habilidades cognitivas até o comprometimento completo. Danos cerebrais podem ser devastadores, mas são sempre permanentes?

A capacidade de uma pessoa se recuperar de uma lesão cerebral depende da gravidade e da localização da lesão. Por exemplo, uma pancada na cabeça durante um jogo de futebol pode levar a uma concussão.

Embora a lesão possa ser bastante grave, a maioria das pessoas pode se recuperar quando tiver tempo para curar. Um derrame grave, por outro lado, pode resultar em danos que podem muito bem ser permanentes.

No entanto, é importante lembrar que o cérebro humano possui uma quantidade impressionante de plasticidade. Mesmo após um evento cerebral grave, como um derrame, é possível que o cérebro se cure parcial ou totalmente com o tempo e forme novas conexões.

As pessoas não são totalmente voltadas para o lado direito ou esquerdo do cérebro

Você já ouviu alguém se descrever como sendo do lado esquerdo do cérebro ou do lado direito do cérebro?

Essa ideia deriva da noção popular de que as pessoas são dominadas pelo hemisfério direito ou esquerdo do cérebro. De acordo com essa ideia, acredita-se que as pessoas que usam o "cérebro direito" sejam mais criativas e expressivas, enquanto as que usam o "cérebro esquerdo" são posicionadas como mais analíticas e lógicas.

Embora os especialistas reconheçam que há lateralização da função cerebral (ou seja, certos tipos de tarefas e pensamentos tendem a estar mais associados a uma região específica do cérebro), ninguém usa totalmente o lado direito ou esquerdo do cérebro.

Na verdade, tendemos a nos sair melhor em tarefas quando envolvemos todo o cérebro, mesmo para coisas que normalmente estão associadas a uma determinada área do cérebro.

Os seres humanos não têm os maiores cérebros

O cérebro humano é bastante grande em proporção ao tamanho do corpo humano, mas os humanos não têm o maior cérebro de um organismo. Qual é o tamanho do cérebro humano? Como ele se compara a outras espécies?

O cérebro adulto médio pesa cerca de 3 quilos e mede cerca de 15 centímetros de comprimento. O maior cérebro animal pertence ao de um cachalote, pesando impressionantes 8 quilos! Outro animal de cérebro grande é o elefante, com um tamanho médio de cérebro de cerca de 5 quilos.

Mas e quanto ao tamanho relativo do cérebro em proporção ao tamanho do corpo? Embora a proporção do cérebro humano para o corpo humano seja maior do que a de muitos animais, a noção de que é o maior também é imprecisa. Surpreendentemente, um animal com uma proporção de peso cérebro-corpo maior do que os humanos é o musaranho, com um cérebro que representa cerca de 10% de sua massa corporal.

Novas células cerebrais podem se formar ao longo da vida

A sabedoria tradicional há muito sugere que os adultos têm apenas um certo número de células cerebrais e que nunca formamos novas. Uma vez que essas células são perdidas, elas desaparecem para sempre? Especialistas descobriram evidências de que o cérebro humano adulto realmente forma novas células ao longo da vida, mesmo durante a velhice.

O processo de formação de novas células cerebrais é conhecido como neurogênese, e os pesquisadores descobriram que isso ocorre em pelo menos uma região importante do cérebro chamada hipocampo.

Vale a pena notar, no entanto, que a pesquisa sobre esse tópico é mista e alguns neurocientistas não a consideram uma teoria comprovada, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Americano (INS).

O álcool pode afetar suas células cerebrais

Parcialmente relacionada ao equívoco de que nunca desenvolvemos novos neurônios está a ideia de que beber álcool pode levar à morte celular no cérebro. Beba demais ou com muita frequência, algumas pessoas podem alertar, e você perderá células cerebrais preciosas que nunca poderá recuperar. O consumo de álcool poderia realmente matar as células cerebrais?

Os pesquisadores não acreditam que o uso de álcool realmente mate as células cerebrais, embora as evidências sugiram que ele pode inibir o crescimento de novas células. Além disso, o uso a longo prazo pode ter um impacto significativo no funcionamento do cérebro.

Existem cerca de 85 bilhões de neurônios no cérebro humano

Uma estatística frequentemente citada é que existem 100 bilhões de neurônios no cérebro humano. Esse número foi repetido com tanta frequência e por tanto tempo que ninguém tem certeza de onde se originou. Em 2009, no entanto, um pesquisador decidiu contar neurônios em cérebros adultos e descobriu que o número estava um pouco errado.

Com base nesta pesquisa, parece que o cérebro humano contém cerca de 85 bilhões de neurônios. Portanto, embora 100 bilhões seja alguns bilhões muito alto, 85 bilhões ainda não é nada desprezível.

Usar estilos de aprendizagem não é necessariamente eficaz

Os estilos de aprendizagem sugerem que cada pessoa tem um estilo de aprendizagem preferido que os ajuda a aprender melhor. Por exemplo, uma teoria popular propõe que as pessoas tendem a ser aprendizes mais auditivos, visuais ou cinestésicos. Em outras palavras, algumas pessoas aprendem melhor ouvindo, vendo ou fazendo.

Embora seja um conceito atraente, há pouca pesquisa que sugira que aprender com base em seu estilo preferido realmente tenha algum impacto nos resultados da aprendizagem. Um estudo de grande escala não encontrou nenhuma evidência para apoiar o uso de instrumentos de avaliação de estilo de aprendizagem.

Uma última dica

Ainda não sabemos muito sobre como o cérebro funciona, mas sabemos muito. Aprender mais sobre como o cérebro funciona pode ajudá-lo a entender melhor alguns dos fatores que podem afetar sua saúde mental.