Antidepressivos – Como funcionam os inibidores de recaptação
Os inibidores de recaptação são os antidepressivos mais usados do mundo. Conheça os tipos e como eles funcionam.
31.01.2022 | João Vitor Santos
Medicamentos inibidores de recaptação são usados para tratar depressão, ansiedade e outras condições psiquiátricas. Eles atuam aumentando a concentração de certas substâncias no cérebro, os neurotransmissores. Isso faz com que o humor seja alterado.
Existem muitos tipos de inibidores de recaptação, como:
- Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS);
- Inibidores de recaptação da serotonina e noradrenalina;
- Inibidores de recaptação da noradrenalina;
- Inibidores de recaptação da noradrenalina e dopamina;
- Inibidores de recaptação da serotonina-noradrenalina-dopamina.
Embora todos eles funcionem de maneira semelhante, o que os diferencia são os neurotransmissores que são afetados. Para entender como os inibidores de recaptação funcionam é necessário entender o que os neurotransmissores fazem.
Neurotransmissores e humor
Um neurotransmissor é um hormônio que transmite, impulsiona e equilibra sinais entre as células nervosas – os neurônios. Esse processo afeta outras células de diversas partes do corpo.
Bilhões de moléculas neurotransmissoras trabalharam para manter nosso cérebro funcionando, gerenciando coisas que vão desde a respiração até reações como medo, raiva, prazer e felicidade.
Para o objetivo de tratar transtornos de humor, três neurotransmissores específicos são visados:
- Dopamina – Desempenha um papel central no comportamento ao estimular o desejo emocional por uma recompensa na forma de prazer;
- Noradrenalina – Trabalha ao preparar o corpo e a mente para a ação, aumentando o nível de atenção, foco e recuperação de memórias;
- Serotonina – Executa uma função reguladora no humor, comportamento social, apetite, sono, memória, desejo sexual e função sexual.
Acredita-se que o nível baixo desses hormônios desempenha um papel central nos transtornos de humor. Além disso, dependendo de qual neurotransmissor está com o nível alterado, o tipo e a severidade do transtorno podem mudar.
O que os inibidores de recaptação fazem
A recaptação de um neurotransmissor é o processo natural do corpo que controla quanto tempo um sinal nervoso dura. Entretanto, se o nível de um neurotransmissor estiver muito baixo, a recaptação pode ser problemática, já que restringe a quantidade do neurotransmissor circulando no cérebro.
Dessa forma, limitar a recaptação dos neurotransmissores aumenta a concentração deles no cérebro e permite que eles façam seu trabalho de atuar positivamente sobre o humor.
Tipos de inibidores de recaptação
Os inibidores de recaptação são classificados de acordo com o neurotransmissor que ajudam a regular.
A escolha do inibidor de recaptação depende bastante da condição sendo tratada e do mecanismo de ação da droga.
Inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS)
Os ISRS trabalham impedindo a recaptação da serotonina pelos hormônios, o que aumenta a concentração do hormônio da felicidade no cérebro. Esses medicamentos costumam ser usados no tratamento do transtorno depressivo maior e de transtornos de ansiedade.
Inibidores de recaptação da serotonina-noradrenalina
Essa categoria de antidepressivos bloqueia a recaptação tanto da serotonina quanto da noradrenalina. São usados para tratar de depressão bipolar, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, dor neuropática e fibromialgia.
Inibidores de recaptação da noradrenalina
Nesse caso, apenas a recaptação da noradrenalina é afetada. Normalmente usados no tratamento do transtorno depressivo maior, ansiedade, transtorno do pânico, narcolepsia e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.
Inibidores de recaptação da noradrenalina-dopamina
Atuam bloqueando a recaptação da noradrenalina e da dopamina. Receitados para tratar depressão clínica, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e narcolepsia.
Inibidores de recaptação da serotonina-noradrenalina-dopamina
Estes inibidores de recaptação de ação tripla atuam sobre a recaptação da serotonina, da noradrenalina e da dopamina. Foram desenvolvidos para tratarem da depressão, mas também são usados contra o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, dor crônica e transtorno de compulsão alimentar periódica.
Conclusão
Embora sejam variados, é importante lembrar que os medicamentos são apenas uma das opções de tratamento contra a maior parte dos transtornos psicológicos. Converse com um profissional da saúde mental para entender as melhores opções para o seu caso.