Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
Saiba mais sobre o DSM-5, um dos manuais usados pelos profissionais da saúde para o diagnóstico de condições mentais.
20.11.2021 | João Vitor Santos
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês), é o livro amplamente utilizado por psicólogos e psiquiatras para diagnosticar transtornos psiquiátricos. Publicado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, na sigla em inglês), o DSM cobre todas as categorias de transtornos de saúde mental tanto para adultos quanto para crianças.
Esse manual contém descrições, sintomas e outros critérios necessários para diagnosticar doenças da mente. Também contem estatísticas sobre qual gênero é mais afetado pelas doenças, a idade típica de surgimento dos sintomas, o efeito dos tratamentos e as abordagens de tratamento mais comuns.
O Manual Diagnóstico foi publicado pela primeira vez em 1952, desde então, 7 atualizações foram feitas. Entre a edição anterior (DSM-IV-TR) e a atual (DSM-5) o número de diagnósticos foi reduzido de 365 para 157.
O sistema multiaxial do DSM-IV-TR
O DSM-IV foi publicado originalmente em 1994 e listava mais de 250 transtornos mentais. Uma versão atualizada, chamada de DSM-IV-TR, foi publicada em 2000. Essa versão utilizava uma abordagem multiaxial ou multidimensional para diagnosticar os transtornos mentais.
A abordagem multiaxial procurava ajudar os profissionais da saúde mental a fazer amplas avaliações do nível de funcionamento do cliente, uma vez que doenças mentais geralmente afetam múltiplos aspectos da vida.
Essa versão descrevia os transtornos usando cinco eixos ou dimensões para garantir que todos os fatores – psicológicos, biológicos e ambientais – fossem considerados ao fazer um diagnóstico de transtorno mental.
Eixo I – Síndromes clínicas
O eixo 1 consistia de transtornos mentais e de abuso de substâncias que causavam incapacitação significativa. Os transtornos eram agrupados em diferentes categorias como transtornos de humor, transtornos de ansiedade ou transtornos alimentares.
Eixo II – Transtornos de personalidade e retardo mental
O eixo 2 abrigava o retardo mental (termo que foi substituído por “deficiência intelectual”) e os transtornos de personalidade, como o transtorno de personalidade antissocial e o transtorno de personalidade histriônica.
Os transtornos de personalidade causam problemas significativos na forma como a pessoa se relaciona com o mundo, enquanto a deficiência intelectual é caracterizada por déficits intelectuais e em outras áreas, como autocuidado e habilidades interpessoais.
Eixo III – Condições médicas gerais
Esse eixo era usado para condições médicas que influenciavam ou pioravam as condições dos eixos 1 e 2. Alguns exemplos incluem o vírus do HIV e lesões cerebrais.
Eixo IV – Problemas psicossociais e ambientais
Quaisquer problemas sociais ou ambientais que afetavam os transtornos dos eixos 1 e 2 eram colocados nesse eixo. Alguns exemplos de problemas incluem o desemprego, mudança de casa, divórcio ou a morte de uma pessoa amada.
Eixo V – Avaliação global do funcionamento
Era no eixo 5 que os profissionais de saúde mental davam suas impressões sobre o nível geral de funcionamento do paciente. Baseado nessa avaliação, esses profissionais podiam entender melhor como os quatro eixos anteriores interagiam entre si e os efeitos na vida do paciente.
Mudanças no DSM-5
O DSM-5 contém um número substancial de mudanças importantes em relação ao DSM-IV. A mudança mais fácil de perceber é a substituição de numerais romanos pelos numerais arábicos.
Em termos mais técnicos, a mudança mais importante talvez seja a abolição do sistema de eixos. No seu lugar, o DSM-5 lista categorias de transtornos junto com outras condições relacionadas. Exemplos de categorias do DSM-5 incluem os transtornos de ansiedade, transtorno bipolar e relacionados, transtornos depressivos, transtorno de alimentação, transtornos obsessivos-compulsivos e relacionados, além de transtornos de personalidade.
Entre outras novidades do DSM 5 pode-se citar:
- A síndrome de Asperger foi eliminada como diagnóstico, sendo incorporada na categoria de transtorno do espectro autista
- O transtorno disruptivo da desregulação do humor (TDDH) foi adicionado
- Vários diagnósticos foram oficialmente adicionados ao manual, incluindo compulsão alimentar periódica, acumulação compulsiva e o transtorno disfórico pré-menstrual
Apesar de o DSM ser uma ferramenta importante, apenas quem recebeu treinamento especializado está qualificado para diagnosticar e tratar doenças mentais.
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