O que são alucinações?
Alucinações vêm em diversos tipos. Conheça os principais sintomas, causas e tratamentos.
30.11.2021 | João Vitor Santos
O que é uma alucinação?
A palavra alucinação vem do latim e significa “vagar mentalmente”. Alucinações são definidas como “a percepção de um objeto ou evento não existente” e “experiências sensoriais que não são causadas pelo estímulo de órgãos sensoriais relevantes.”
Em termos mais simples, alucinações envolvem ouvir, ver, sentir, cheirar ou mesmo sentir o gosto de coisas que não são reais. Alucinações auditivas, que envolvem ouvir vozes ou outros sons que não têm uma fonte real, são o tipo mais comum.
As alucinações comumente acontecem em pessoas com transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e transtorno bipolar. Entretanto, você não necessariamente precisa ter uma doença mental para sofrer alucinações.
Tipos
Existem cinco tipos de alucinações, são eles:
Auditivas – Ouvir vozes ou sons que ninguém mais pode, o tipo mais comum de alucinação.
Visuais – Ver pessoas, cores, formas ou objetos que não são reais, o segundo tipo mais comum.
Táteis – Sentir sensações físicas, como insetos andando na sua pele ou o toque de alguém.
Olfativas – Sentir um cheiro que não está lá, menos comum que alucinações auditivas ou visuais.
Gustativas – Ter um gosto na sua boca que não vem de lugar nenhum, o tipo mais raro de alucinação.
Sintomas
Alucinações podem ter uma variedade de sintomas, conforme o tipo. Alguns exemplos incluem:
- Sentir sensações no corpo (como o sentimento de algo se movendo sobre a pele);
- Ouvir sons, como música, passos ou portas batendo;
- Ouvir vozes, que podem ser positivas ou negativas;
- Ver objetos, seres, padrões ou luzes;
- Sentir cheiros, que podem ser agradáveis ou não;
- Sentir gosto de algo, geralmente um gosto metálico.
Diagnóstico
Depois de perguntar sobre seus sintomas, histórico médico e hábitos, seu médico provavelmente fará uma avaliação física e pedirá alguns exames para descartar causas médicas ou neurológicas das suas alucinações. Os exames pedidos podem incluir:
- Exames de sangue, para verificar razões metabólicas ou toxicológicas. Eletroencefalograma, para verificar convulsões e atividades elétricas anormais no cérebro;
- Ressonância magnética, para procurar problemas estruturais no cérebro, como tumor ou sequelas de um derrame.
Infelizmente, estudos mostram que as pessoas pouco relatam as alucinações que experimentam. Ao falar com seu médico, é importante ser completamente honesto(a) sobre a duração e frequência assim como os sintomas específicos associados a suas alucinações.
Causas
Alucinações são frequentemente associadas com a esquizofrenia, um transtorno mental caracterizado por pensamentos e comportamentos desordenados. Entretanto, elas também são uma possível característica do transtorno bipolar.
No transtorno bipolar do tipo 1, as alucinações são possíveis tanto durante a mania quanto durante a depressão. No tipo 2, as alucinações podem acontecer apenas durante a fase depressiva. O transtorno bipolar que apresenta alucinações e/ou delírios também pode levar a um diagnóstico de transtorno bipolar com sintomas psicóticos.
As alucinações não somente acontecem em condições mentais como esquizofrenia e transtorno bipolar, como também podem surgir em associação às condições físicas e fisiológicas a seguir:
- Uso ou abstinência de álcool ou drogas;
- Transtorno dissociativo de identidade;
- Epilepsia;
- Glaucoma;
- Uso de alucinógenos;
- Condições metabólicas;
- Doenças no ouvido médio ou interno;
- Enxaqueca;
- Narcolepsia;
- Transtornos neurológicos;
- Doenças oculares;
- Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT);
- Transtorno esquizoafetivo;
- Privação de sono;
- Derrame.
Tratamento
O tratamento contra alucinações dependerá do tipo de alucinação, a causa raiz e do seu estado de saúde em geral. Normalmente, entretanto, seu médico provavelmente recomendará uma abordagem multidisciplinar que inclui medicação, psicoterapia e apoio social.
Psicoterapia
A psicoterapia para alucinações envolve motivar o paciente a ser curioso sobre os detalhes dos sintomas, oferecer educação psicológica, explorar causas plausíveis para as alucinações e normalizar a experiência.
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Autoajuda
As seguintes estratégias de autoajuda podem ser úteis para os pacientes com alucinações auditivas:
- Exercícios;
- Cantarolar ou cantar uma música várias vezes, como o “parabéns pra você”;
- Ignorar as vozes;
- Ouvir música;
- Ler;
- Conversar com outras pessoas.
Medicação
Remédios antipsicóticos geralmente são efetivos para tratar alucinações, seja eliminando ou reduzindo a frequência com que ocorrem, ou ao produzir um efeito calmante que diminui a aflição causada.
Convivência
Um aspecto importante de ajudar uma pessoa amada que está tendo alucinações é tranquilizar ela sobre a disponibilidade de tratamento. Abaixo você encontra mais algumas ações práticas que ajudarão a pessoa a lidar com as alucinações.
Preste atenção no ambiente
O ambiente pode desempenhar um importante papel nas percepções erradas e na piora dos sintomas. Por exemplo, um quarto mal iluminado, barulhento e bagunçado pode aumentar a probabilidade de uma alucinação.
Mantenha a calma
Embora possa ser assustador e desconfortável quando uma pessoa amada está alucinando, é importante que você faça seu melhor para responder de maneira calma e solidária. Por exemplo, você pode dizer “eu sei que isso é assustador para você” ou “não se preocupe, eu estou aqui”.
Use distrações
De acordo com a severidade da alucinação, acariciar a pessoa amada pode servir como distração e maneira de reduzir a alucinação. Outras distrações possíveis incluem conversar, ouvir música ou ir para outro cômodo.
Seja honesto(a)
Embora você não deseje incomodar a pessoa ou começar uma discussão, você deve ser honesto(a) com ela e garantir que você não está desconsiderando as preocupações dela. Se a pessoa perguntar “você ouviu isso?” Considere dizer “eu sei que você ouviu algo, mas eu não ouvi.”
Mantenha uma rotina
Manter rotinas normais e estáveis pode diminuir a probabilidade de que a pessoa se afaste da realidade e sofra alucinações. Considere manter um registro de quando as alucinações acontecem e sob quais circunstâncias.