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Antipsicóticos atípicos – Tipos e efeitos colaterais

Conheça as diferenças em relação aos antipsicóticos típicos e as indicações destes medicamentos.

Antipsicóticos Atípicos – Tipos e Efeitos Colaterais

Os medicamentos antipsicóticos são projetados para tratar uma condição psiquiátrica grave conhecida como psicose. A psicose é caracterizada pela distorção dos pensamentos, momento no qual pessoa perde o contato com a realidade, muitas vezes manifestando-se com alucinações, delírios ou pensamento desorganizado.

A psicose tem sido tratada há muito tempo com uma classe de drogas conhecidas como antipsicóticos típicos. Estes foram desenvolvidos pela primeira vez na década de 1950 e, embora eficazes, são conhecidos por causar efeitos colaterais semelhantes ao Parkinson.

Hoje, uma nova classe de medicamentos conhecidos como antipsicóticos atípicos é mais usada. Eles foram introduzidos na década de 1980 e apresentam um perfil de efeitos colaterais diferente, com muito menos efeitos de semelhantes ao Parkinson em comparação com os agentes mais antigos.

Os antipsicóticos atípicos são comumente chamados de antipsicóticos de segunda geração, enquanto os psicóticos típicos são chamados de antipsicóticos de primeira geração.

Antipsicóticos típicos e atípicos

Os antipsicóticos típicos e alguns atípicos são antagonistas da dopamina, o que significa que impedem a atuação desse hormônio no cérebro. Em pessoas com psicose, os sinais da dopamina costumam ser anormais. Os antipsicóticos bloqueiam essas mensagens. Os antipsicóticos atípicos também influenciam um mensageiro químico conhecido como serotonina.

Os antipsicóticos atípicos são mais tipicamente prescritos para tratar a esquizofrenia e para complementar o tratamento do transtorno depressivo maior (TDM), transtorno bipolar e transtorno esquizoafetivo.

Efeitos colaterais dos antipsicóticos

As duas classes de antipsicóticos diferem nos tipos e intensidade dos efeitos colaterais que provocam:

  • Antipsicóticos típicos - São mais propensos a causarem efeitos colaterais extrapiramidais (que afetam a capacidade motora), causando tremores, espasmos, rigidez muscular e perda de controle e coordenação do movimento muscular. Em alguns casos, os sintomas podem se tornar permanentes mesmo após a interrupção do tratamento;
  • Antipsicóticos atípicos - Estes são muito menos propensos a causar efeitos colaterais extrapiramidais. Porém, são conhecidos por causarem ganho de peso, problemas metabólicos e efeitos colaterais sexuais, entre outros.

Tipos de antipsicóticos atípicos

Existem muitos antipsicóticos atípicos diferentes usados para no tratamento de episódios psicóticos de esquizofrenia, transtorno bipolar e outras doenças mentais. Entre eles:

  • Aripiprazol – É usado no tratamento de esquizofrenia e transtorno bipolar, mas também pode ser usado no tratamento de transtorno depressivo maior (TDM). Os efeitos colaterais incluem ganho de peso, dor de cabeça, agitação, ansiedade, insônia, náusea, constipação e tontura;
  • Clozapina - A opção preferida para esquizofrenia resistente ao tratamento, a clozapina pode diminuir o comportamento suicida. Os efeitos colaterais graves podem incluir agranulocitose (uma queda perigosa nos glóbulos brancos) e miocardite aguda (inflamação do coração);
  • Ziprasidona - É usado para tratar a esquizofrenia e episódios maníacos ou mistos de transtorno bipolar. Também tem sido usado para tratar o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A droga é conhecida por causar tontura, arritmia (batimento cardíaco irregular) e hipotensão postural (uma queda na pressão arterial quando em pé);
  • Paliperidona - Usado para tratar a esquizofrenia. Pode causar inquietação, ganho de peso e sedação;
  • Risperdal - Usado para tratar esquizofrenia, transtorno bipolar e irritabilidade associada ao autismo. Embora menos sedativo do que alguns dos outros antipsicóticos atípicos, o Risperdal tende a ter mais efeitos colaterais extrapiramidais;
  • Quetiapina - Usado para tratar esquizofrenia, transtorno bipolar e outros transtornos de humor, a quetiapina é frequentemente para tratar a insônia devido ao seu potente efeito sedativo. Quando comparado aos demais antipsicóticos, apresenta menor incidência de efeitos colaterais motores, mas pode causar ganho de peso e hipotensão postural;
  • Olanzapina – É usado para tratar esquizofrenia e transtorno bipolar. Pode causar ganho de peso significativo, bem como níveis elevados de açúcar no sangue (aumentando o risco de resistência à insulina e diabetes). Entretanto, esse medicamento tem uma menor taxa de efeitos extrapiramidais do que a maioria dos outros antipsicóticos atípicos.
João Vitor Gomes dos Santos
João Vitor Gomes dos Santos

Engenheiro Mecânico, através da convivência na universidade se conscientizou da importância do bem-estar mental. Para promover e acessibilizar os cuidados com a mente, cofundou a PsyMeet. Convencido da importância da saúde mental para uma vida feliz, está sempre lendo, assistindo e ouvindo sobre o tema. Instagram @dosantosjv

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